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O Natal da Ana
"Gosto dos cheiros desta quadra, das ruas iluminadas e decoradas. Recordo com saudade a minha infância e a forma carinhosa como a minha mãe me dizia que os presentes eram oferecidos pelo menino Jesus.
Quando as crianças eram mais pequenas, fazíamos uma verdadeira festa a abrir os presentes. Enquanto um lia as etiquetas, outro entregava, entre momentos de suspense com direito palmas e tudo. Lembro-me das partidas que fazíamos uns aos outros, como a de ter oferecido um pacote de lenços de papel à minha irmã porque estava sempre constipada.
Agora, o número de presentes diminui. Eles preferem dinheiro para poder comprar os seus próprios sonhos. Mas, sempre que nos é possível, oferecemos viagens, por achar que é das experiências mais enriquecedoras.
Na minha mesa o Molotov e a mousse de chocolate não podem faltar, assim como os sonhos, as rabanadas e as filhoses. O polvo substitui o bacalhau e o leitão vem sempre.
Convidávamos o Conan O'Brien. Há melhor maneira que passar o Natal a rir?"
A mesa da Ana
A rasgar completamente com o convencional, esta mesa foge dos vermelhos, do azevinho e do pinheiro e vai para uma abordagem mais tropical e fresca, marcada pelo branco e pelo verde. Atualmente, metade da família vive em Palma de Maiorca e a proposta traz o cheiro da praia para a mesa. É, no fundo, a celebração de uma nova etapa na vida da família!
E se é verdade que a estrela, as renas e as bolas marcam presença, também é verdade que partilham o espaço com ananáses, folhas de bananeira e até macarrons que, desta vez, também foram convidados para a festa.
Fotografia: Era Uma Vez - Fotografia e Design
O Natal da Catarina
"Entrar na cozinha numa azáfama que só acontece neste dia. Sentir o cheiro a canela, que já convive harmoniosamente com o açúcar, no prato onde vão passar, um a um, os sonhos acabadinhos de fritar. Esticar a massa dos coscorões - "os do ano passado não deram menos trabalho?!" - enquanto se joga conversa fora com a mãe e as irmãs. O pai chega mais tarde e a primeira coisa que vai fazer é "roubar" um exemplar de cada doce já feito. Sonhos, filhós, aletria, arroz doce e lampreia de ovos nunca falham a presença na mesa!
Desde bem pequena que esta é a primeira coisa que vem à minha memória quando penso no Natal. Na cozinha atarefada de onde sai a Consoada. Com a chegada das filhotas, passou a haver menos tempo para a cozinha, mas tudo ganhou um contorno muito mais mágico: a expressão no olhar quando colocamos a estrela no topo da árvore acabada de montar, as conversas em torno do Pai Natal e da sua chegada, a contenção na hora de lhe escrever "a carta" e a emoção das horas que antecedem o momento em que os presentes aparecem, como que por magia, debaixo da árvore. "Ele já veio!"
E, se eu pudesse, era ele que eu convidava para jantar. Coitado do homem, não vai para novo e tem tanto trabalho que nunca aproveita a melhor noite do ano!"
A mesa da Catarina
O cenário campestre que envolve a casa saltou pela janela e instalou-se, confortavelmente, à mesa. Há pequenos pinheiros e troncos que sustentam velas e o presépio minhoto (que ocupa o lugar central). Mas não é o verde que predomina, é o vermelho. A loiça de barro tradicional, fabricada a poucos metros de casa, tem um coração pintado à mão, que dá um ar mais aconchegante ao conjunto e o aproxima da quadra natalícia.
Os marcadores foram escritos pela Maria Rita, de apenas 6 anos - porque afinal o Natal é das crianças!
Fotografia: Mariana Megre
O Natal da Rita
"O Natal é das minhas épocas favoritas e passávamos em casa da minha avó, com cheirinho a filhoses.
Éramos muitos, e a família reunia-se a volta da mesa sempre com grande alegria, muitas anedotas e brincadeiras. As prendas ficavam num dos quartos e os primos mais crescidos distribuíam-nas e cada um de nós descalçava um sapato que era posto em cima do nosso "molhinho". Às vezes, um tio barrigudo vestia o fato e aparecia... eu chorava de medo!!
Cá em casa já é diferente, somos menos e dizem que o Natal é das crianças... mas eu acho que é muito meu :) adoro dar presentes e adoro o espírito de Natal - da união e da família - bem como as músicas de Natal que cá em casa, e no carro, tocam o ano inteiro. A árvore é feita a preceito e a mesa também. Os doces não faltam, os sonhos, as fatias douradas, os docinhos algarvios que apareceram no meu natal desde que me casei, bem como os milhos (prato típico do Algarve) da avó do Pedro.
O Natal ficou ainda mais mágico com a chegada dos filhos, que abrem as prendas à meia-noite e na manhã de 25 descem as escadas a correr logo de manhã para ver se o Pai Natal comeu as bolachas e lhes deixou mais 2 prendinhas! O Pedro diz que este ano o melhor é convidarmos o Fernando Mendes para não corrermos o risco de engordarmos, pois ele dará uma grande ajuda.
Um natal quentinho, com o nariz frio e o coração cheio são os votos da família Fernandes!"
A mesa da Rita
Elegante e contemporânea. Também no caso da Rita e do Pedro, a mesa absorve o ambiente envolvente. Mas veste-se a rigor para o Natal. Aos tons cinza e preto, juntam-se pequenos apontamentos vermelhos que equilibram a paleta de cores. Mas toda esta sobriedade acaba por ser fintada por elementos divertidos - e até infantis - que dão um carácter mais familiar à mesa: as personagens de "Nightmare before christmas" e até as bolachinhas de gengibre.
Fotografia: I Heart You Photography
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